A ópera Candinho, de João Guilherme Ripper, nasceu do encontro entre dois universos criativos: a música e a pintura. Inspirado no legado de Candido Portinari, o compositor mergulhou em seus escritos, desenhos e pinturas para construir uma obra delicada e emocionante, pensada especialmente para o público jovem.
O espetáculo ganha nova vida no palco do Theatro São Pedro, em montagem com a Academia de Ópera, a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro e o Coro Juvenil Novos Tons. A encenação mistura realidade e ficção para recriar o vilarejo de Brodowski, as brincadeiras da infância e os primeiros passos do menino que viria a se tornar um dos maiores artistas brasileiros.
Entre os personagens da trama está o palhaço Beringela, figura central que consola o jovem Candinho após ele perder a única apresentação do circo na vila. O gesto de incentivo à imaginação e ao desenho torna-se o ponto de partida simbólico para o despertar artístico do futuro pintor.
Nesta montagem, as próprias pinturas de Portinari ganham nova dimensão. Seus traços e cores inspiram cenários e figurinos, transformando o palco em uma extensão viva de sua obra.
A ligação de João Guilherme Ripper com Portinari é antiga e pessoal. O nome do artista sempre esteve presente em sua família: uma tia-avó do compositor foi aluna do pintor e o auxiliou nos painéis do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. Anos mais tarde, nos anos 2000, Ripper conheceu João Candido, filho do artista, durante uma visita ao Projeto Portinari — encontro que deu origem a uma amizade e, posteriormente, à criação desta ópera tocante.
Mais do que um espetáculo, Candinho é uma celebração da infância, da memória e da força criadora de dois grandes nomes da cultura brasileira: João Guilherme Ripper e Candido Portinari.







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